A França vence Portugal e será rival da España

Camilo · July 5

A França vence Portugal e será rival da España

A equipe francesa, que fez um jogo muito disputado, venceu nos pênaltis, onde João Félix errou e Diogo Costa não pôde ser o herói novamente.

Não houve muitas surpresas nas escalações das duas equipes. Deschamps teve a ausência obrigatória de Rabiot por suspensão e entrou o esperado Camavinga, então a única novidade real foi a suplência do criticado Thuram, dando lugar a Kolo Muani como extremo e centralizando Griezmann. Roberto Martínez não fez mudanças, como era de se esperar.

Portugal teve mais protagonismo, embora tenha sido um primeiro tempo com poucas oportunidades. O jogo se tornou mais atraente graças a Rafael Leão, que entrou com vontade de causar problemas para Jules Koundé. E realmente causou, pois o perigo dos portugueses veio principalmente pelo lado em que o extremo do Milan estava atuando. Muito mais potente que o francês, ele queria saber se seu título de MVP das oitavas de final era justificado, aproveitando também as subidas de Nuno Mendes.

Além disso, o jogo foi bastante morno. Cristiano Ronaldo mal tocou na bola e Portugal tentou criar superioridade fechando Bernardo Silva, mas as jogadas morriam no terço final por falta de efetividade. O primeiro chute foi de Bruno Fernandes, encontrando a resposta de Camavinga minutos depois também de fora da área, com uma boa defesa de Maignan. A França teve seus momentos, mas estava muito atenta para contra-atacar com Mbappé, que esteve tão apagado quanto CR7. Griezmann teve mais protagonismo, mais ativo no jogo central, mas sem conseguir fazer a diferença.

A tônica não mudou no segundo tempo. Pelo menos nos primeiros minutos. Kylian começou com uma combinação e um chute, mas depois ficou desaparecido e até machucado por um choque que acertou sua máscara. Portugal, depois de passar alguns minutos com a França pressionando sua saída de bola, retomou o controle do jogo. Demorou para engrenar, mas começou a encontrar espaços na defesa francesa. Maignan segurou a equipe com duas defesas espetaculares. A primeira em um chute de Bruno Fernandes após um passe espetacular de Cancelo e a segunda em um chute de Vitinha, que finalizou em uma excelente posição assistido por Rafael Leão.

Não havia méritos para a França mudar a dinâmica. Continuava mantendo o plano do contra-ataque, mas só conseguiu concretizar um gol. Por pouco não conseguiu se adiantar. Não o conseguiu graças a Rúben Dias, que milagrosamente bloqueou o chute de Kolo Muani. Deschamps procurou soluções e tirou Griezmann do campo, discreto no segundo tempo, para colocar Dembélé e fechar com Mbappé. Ousmane entrou com vontade de mostrar seu valor após não ter tido minutos nas oitavas. Cortes, mudanças de direção, mostrou todo seu arsenal enquanto Camavinga teve outra chance clamorosa que escapou por milímetros. E quase acertou um chute no ângulo, em uma atuação que conquistou os cânticos da torcida.

Roberto Martínez não teve escolha a não ser mexer. Colocou Bernardo Silva no meio para recuperar a bola e substituiu Bruno Fernandes e Cancelo por Semedo e Conceição para ficar com a lateral direita. Não mexeu em Cristiano, apesar de estar completamente apagado, mas pelo menos conseguiu um tempo de trégua após o breve cerco francês. Seu único toque na bola foi numa falta defendida pela barreira, nem era o cobrador. Em contrapartida, o veterano Pepe estava dando uma lição no campo.

A tensão era palpável nos últimos minutos, quando nem França nem Portugal arriscaram, com apenas um simples chute de Mbappé fácil de defender, e o jogo se encaminhou para a segunda prorrogação do dia. Apesar das pernas cansadas, houve apenas uma mudança, com Fofana substituindo Camavinga. CR7 não foi mexido, e logo no início mandou para fora uma chance clara após jogada de Conceição. O jogo precisava de um gol para se desequilibrar, mas Pepe estava lá para negar a Mbappé, que só corria para o espaço.

A seleção portuguesa tinha a posse de bola, mas faltava-lhe a eficácia para causar danos. E Leão, que perdeu muito protagonismo. Teve um chute claro de dentro da área, mas Saliba foi providencial com seu corpo.

Surpreendentemente, Deschamps sentou Mbappé no intervalo, visivelmente cansado, e colocou Barcola. Também substituiu Leão por João Félix, algo mais compreensível, para um duelo azul-grená com Koundé. Logo no início, teve uma chance clara de cabeça que foi para fora. Não houve mais chances claras, a França foi cautelosa e Portugal também não quis se expor, embora teve uma oportunidade na última jogada em que Nuno Mendes chutou fraco demais para as mãos de Maignan, levando o jogo para os pênaltis. Portugal vinha de uma vitória nos oitavos dessa forma com um imperial Diogo Costa, e Cristiano Ronaldo tinha tanta confiança em seu companheiro que decidiu que a França começaria a bater os pênaltis, mas Dembélé marcou, assim como o capitão português, que foi o primeiro de Portugal a bater. Desta vez, nenhum dos goleiros defendeu, nem Maignan, mas a trave repeliu o pênalti de João Félix e Theo deu a classificação para a França, que será adversária da Espanha nas quartas de final (3-5).