A UEFA sanciona Merih Demiral pelo gesto na celebração do seu segundo gol contra a Áustria

[Diego Ferreira]

A UEFA sanciona Merih Demiral pelo gesto na celebração do seu segundo gol contra a Áustria.

É um sinal que corresponde ao movimento dos 'Lobos Cinzentos', um movimento de extrema-direita turco. Ele não estará presente contra os Países Baixos nem em possíveis semifinais.

O defensor turco Merih Demiral foi suspenso pela UEFA para os próximos dois jogos do campeonato, conforme relatado pelo BILD. O zagueiro fez o gesto do 'Lobo Cinzento' na celebração de seu segundo gol nas oitavas de final contra a Áustria.

O gesto corresponde aos 'Lobos Grises', um movimento de extrema-direita da Turquia. Mensagens políticas são proibidas durante a Eurocopa, tanto nas arquibancadas quanto no campo de jogo. Ele perderá as quartas de final contra os Países Baixos e possíveis semifinais em caso de vitória.

O jogador turco fez um gesto com ambas as mãos semelhante à cabeça de um lobo, um sinal muito representativo do movimento 'Ulkucu', também conhecido como os Lobos Grises. Eles são uma organização turca terrorista, ultranacionalista, neofascista e islamista, e segundo o Escritório Federal para a Proteção da Constituição, têm mais de 12.000 membros na Alemanha. O lobo cinzento simboliza "ascendência e poder", sendo de grande importância para os extremistas de direita turcos e frequentemente representado simbolicamente. O gesto do 'saudação do lobo' pode ser interpretado como um apoio à ideologia 'Ulkucu'.

"Estou tremendamente orgulhoso de ser turco"

O jogador compareceu perante a mídia após o jogo e disse que tem "um sentimento muito forte pelo seu país" e que se sente "tremendamente orgulhoso de ser turco. Ele também postou a foto em suas redes sociais, acompanhada da mensagem "Como é feliz quem diz ser turco!

Esta é uma decisão que está alinhada com eventos anteriores da UEFA. Na primeira partida da fase de grupos, o jogador albanês Arlind Daku foi suspenso por dois jogos por entoar cânticos nacionalistas ao final do jogo.

[Luana Martins]

Concordo com a decisão da UEFA. O esporte deve ser um espaço neutro, livre de mensagens políticas.

[Yuri Ferreira]

A decisão da UEFA pode abrir um precedente perigoso para a censura de expressões culturais.

[Luísa Oliveira]

Os jogadores têm o direito de expressar sua identidade cultural, mas há um momento e um lugar adequado para isso.